quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A PARTIDA



É com grande tristeza que vejo a partida de bons amigos para outras paragens. O país e os sucessivos energúmes que o têm dirigido, os pseudo-empresários sem escrúpulos, a mentalidade do lucro como único objectivo de vida de quem mais tem, a ganância de quem é pobre de espírito... Todos esses a isso os obrigam. Toda essa corja é que deveria sair daqui corrida ao pontapé. Na maioria, são pessoas que se tivessem de prestar contas à justiça como qualquer comum cidadão tem que o fazer à luz da lei que nos rege, estariam presas. É disso que se trata este mundo em que a globalização e o Capitalismo estão a transformar cada vez mais numa comunidade Dono/Escravo. Com a partida iminente de alguns desses amigos de quem falava no início, e a saudade de quem já partiu há muito em busca de uma vida digna, tenho vivido dias tristes. Por hoje, a minha tristeza é canalizada para uma palavra de amizade a quem parte agora obrigado a trocar o nosso convívio pela esperança num futuro que por cá não se vislumbra. A todos esses verdadeiros amigos o meu muito obrigado por tudo, toda a sorte do mundo e que regressem um dia (embora saiba que isso seja muito difícil) quanto mais cedo melhor, com todo o sucesso que almejam. 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

AOS AMIGOS

 Não é do meu hábito publicar algo que não tenha sido escrito por mim. Nem pensado sequer, mas há sempre uma excepção. Há pouco tempo, em conversa com uma amiga num chat, lembrei-me deste mail que um dia me foi enviado por um outro amigo e que guardei religiosamente pelo que provocou em mim no dia em que o li. Hoje partilho com quem o quiser ler com o mesmo sentido de amizade de quem um dia o partilhou comigo. Se já leram este texto, é sempre bom relembrar. Se é a primeira vez, é sempre bom conhecer. Amigos... fiquem com Fernando Pessoa:


 

"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos fins-de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje já não tenho tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:  "Quem são aquelas pessoas?" Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

                                       
      
 "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" - Fernando Pessoa





 

AOS AMIGOS:

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

NOVAS OPORTUNIDADES



 Não sei o que vocês pensam acerca de tudo o que envolve as tão polémicas Novas Oportunidades. Quando li sobre os contornos desta formação pensei o que provavelmente a maior parte dos portugueses pensou: "Olha que treta!!! Este Sócrates, põe as pessoas a fazer uns desenhos e tal... e passadas umas semanas têm a escolaridade complementar! Só interessam mesmo as estatísticas". Pois bem, um dia chegou até mim a possibilidade de acabar também eu o 12º. Na altura deixei Físico-Química para trás e pensei: "Que diabo, se as regras são estas, tenho que me adaptar a elas. Não posso faltar, mas aparte disso n deve ser difícil. 150 horas de seca e lá fico eu a saber o equivalente a formulas químicas, Tabela Periódica, etc." E foi com este espírito que iniciei a 1ª formação: Argumentação e Assertividade. E passamos as primeiras 2 horas à espera de ver esclarecidas as muitas dúvidas acerca de tudo que rodeia a burocracia do ensino de hoje em dia. Não conhecia absolutamente ninguém o que me reforçou a ideia: "Isto  vai ser penoso". Foi uma formação muito virada para questões práticas, com muitas dinâmicas tão embaraçosas quanto divertidas. A meio da formação já estava de tal forma inserido que já me sentia animado só por saber que ia ter aulas naquele dia. A turma revelou-se fantástica e a formadora (Susana), uma pessoa absolutamente encantadora, daquelas que vale a pena conhecer seja em que altura for da nossa vida. Entretanto, como tudo tem um fim, lá chegou a 50ª hora e o fim da dita formação. Nem deu para sentir saudades já que iniciou uma 2ª na semana seguinte. A nossa querida formadora Susana não iria estar connosco mas a turma manteve-se e foi acrescentada por mais outros tantos formandos. Desta vez foi a vez da Dina nos sensibilizar durante 50 horas para o Meio-ambiente e Sustentabilidade do planeta. Como já não precisamos de adaptação, tudo foi mais simples. Criamos um blog e fizemos inúmeros trabalhos que apesar de não ter um grau de exigência muito elevado, foram bastante trabalhosos. No fim, agora sim, a separação de todos os colegas (à excepção do Bruno e da Tracy) com quem tinha partilhado já 100 horas de aprendizagem e que de alguma forma me marcaram. Mas nem deu tempo para descansar porque já havia Ética e Deontologia ali á porta. Três dias de intervalo e de novo estaca zero, desta vez para a minha última formação necessária á conclusão do 12º ano. Foram mais 50 horas com bastantes trabalhos, alguns deles de morosa execução, em que o novo formador Rui se entreteu, com bastante sucesso, a tirar alguns dogmas da nossa cabeça. No final, e de novo validado o módulo, o trabalho custou mas valeu a pena: 12º ano no bolso. Não sei se algum dia servirá de alguma coisa na progressão da carreira ou na obtenção de um novo emprego mas no que me diz respeito apenas á minha pessoa, posso garantir com toda a certeza que valeu muito a pena. Conheci muitas pessoas, cada qual com um percurso e história de vida diferentes, com as suas dificuldades, com as suas vivências, mentalidades... E que mais nos pode enriquecer senão este tipo de partilha? Pela minha parte estou eternamente grato a todos que fizeram parte do meu percurso nas tais Novas Oportunidades. Podem dizer que é injusto concluir o 12º ano desta forma. E até tem a sua razão quem assim pensa, mas por outro lado, será justo uma pessoa ser excluída de concursos para um emprego numa barbearia (por exemplo), apenas porque não saber a Tabela Periódica, mesmo tendo concluído todas as outras disciplinas? Foi mesmo disso que se tratou a maior descoberta ao fim de 150 horas de formações:  A Tolerância! Por mais razão que nos assista na nossa forma de pensar, haverá sempre outras formas de pensar igualmente válidas que desconhecemos porque simplesmente as desprezamos. E pasme-se: Muitas vezes são mais completas que todos os nossos dogmas acerca da matéria!






TRABALHOS


Na formação de MEIO-AMBIENTE e SUSTENTABILIDADE, o trabalho final foi criar uma campanha de sensibilização ambiental. O trabalho era em grupo e em grupo o fizemos. Calhou-me em sorte o Bruno, que se veio a revelar como pessoa e como colega de turma, absolutamente fantástico. Este foi o nosso trabalho que no fim acabou por emocionar, para grande orgulho nosso, parte do nosso grupo.





Quando o nosso formador de ÉTICA E DEONTOLOGIA nos mandou escolher um valor (respeito, tolerância, igualdade, generosidade, etc,etc,etc) a nosso gosto e fazer um trabalho sobre ele, nem pensei duas vezes: Escolhi para mim a Liberdade e aproveitei a ideia da formação anterior para um clip. Procurei uma música que transmitisse o pretendido, umas imagens a preceito e cá está o resultado. Espero que quem o veja, consiga retirar algo positivo, por mais pequenino que seja, do trabalho, nem que seja o breve prazer de ouvir a música.