sábado, 29 de setembro de 2012

O DESPREZO


Já alguma vez o demonstraram a alguém? Quem é que ainda não provou o seu amargo sabor? Ou quem nunca o deu a provar a alguém? Arriscaria a dizer que não existe ninguém no mundo que nunca tenha lidado com ele. Entre todos, o desprezo é o comportamento menos nobre, o mais variável, e pode ser o mais corrosivo. E porquê? Penso que por ser o mais fácil de se pôr em prática.  É tão fácil, que para demonstrar desprezo por alguém basta… fazer nada! Tão simples quanto isso. Podemos desprezar e ser desprezados por determinação, força ou simples covardia. Daí ser tão difícil lidar com o desprezo. Imaginem uma arma de destruição maciça tão estupidamente fácil de ser fabricada que qualquer país tivesse a capacidade de a produzir no tempo e na quantidade que quisesse sem qualquer dificuldade. Seria tão banalizada que a utilizariam por dá cá aquela palha. A vida na Terra certamente ainda existiria? Creio que não.
Na prática, o desprezo pode assumir diversas formas. É possível desprezar e/ou dar ao desprezo, sendo que a diferença está no facto em que na primeira forma, o sentimento é genuíno ao contrário da segunda em que não sentindo desprezo, apenas te comportas voluntariamente de uma forma consciente e incrivelmente cruel. É pior quando se trata de amigos… Há aquele que por qualquer razão não gostou de qualquer coisa a partir daí esforça-se por te mostrar desprezo. Notam-se requintes de prazer na forma como faz questão de demonstrar que estás a ser descartado, que não interessas mais como amigo. Há outro tipo, o desprezo por covardia. É um comportamento próprio de pessoas… covardes. Quando alguém próximo não tem coragem de te enfrentar, de te dizer o que não está a gostar em ti, ou apenas de assumir algo que sabe que tu não vais gostar, e qual é a melhor forma de lidar com isso? Dar ao desprezo. Evita o diálogo e assim naquela mente covarde, evita o problema. Descarta portanto uma amizade apenas por falta de coragem. Não raras vezes, uma vez ultrapassada a situação, é capaz de te voltar a procurar e comportar-se como se nada fosse. Típico…
No que me toca pessoalmente, admito que não consigo lidar bem com o desprezo. De entre todos os diferentes tipos, alguns são particularmente dolorosos: Quando de repente, um amigo, ostensivamente e de uma forma repentina deixa de nos falar, ou passa a comportar-se de uma forma austera, distante, altiva. Por vezes nem sabemos o que fizemos para o merecer, e também não raras vezes passamos o resto da vida sem uma explicação para a tal mudança de comportamento. Vindo de alguém próximo, que supostamente seria meu amigo é tão corrosivo que acaba por corroer o mais forte sentimento de amizade. Não há volta a dar. É que há dois grandes problemas que se levantam nesses momentos: O primeiro é que dificilmente se chega à razão quando entre duas pessoas, pelo menos uma dá o desprezo à outra. É como um muro de betão tão forte que pura e simplesmente não se consegue atravessar. E dói? Se dói... Especialmente se nunca houve uma conversa franca sobre isso (supostamente estaríamos a falar de uma amizade, que diabo!); O segundo é que só há uma forma simples de o combater: Com desprezo.


1 comentário:

  1. Muito bom Isso mas eu nao sou assim ta pouco faria com ninguem
    Penso ser muito cruel um ser humano ter fazer Isso a outro ser humano e ridiculo

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