segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O ESTÚDIO 213

Foi por um acaso que descubri o estúdio 213 no Stop. Andava por lá num dia de semana á tarde e reparei no som que saía duma sala com a porta aberta. Era som gravado. Espreitei e vi um típico estúdio de gravação. Falei com o proprietário, o Bruno e perguntei-lhe sobre as condições de gravação. Na altura procurava um local para gravar o que seria o 1º album dos Old Gun. As condições agradaram-me bas...
tante e fiquei logo na altura convencido que seria ideal para o efeito. Perdi a conta às horas que estive no estúdio com o Bruno sempre disponível para o que pretendiamos. Depois da edição do album continuo convencido que foi o sítio ideal tal como na 1ª impressão. Há pouco tempo um incêndio destruiu todo o estúdio bem como o material que lá estava. Foi uma grande perda para o Bruno bem como para a comunidade de músicos que teriam tanto a beneficiar com ele. No entanto, a preserverança e a coragem de reergue-lo mantem-se e é cada vez mais forte. Hoje à noite está agendado um concerto com várias bandas no METAL POINT - STOP com o dinheiro das entradas a reverter para a reconstrução do estúdio 213. Não sei se poderei ir, provavelmente não me será possível, mas o bilhete, esse faço questão de pagar em mão ao proprietário, produtor e amigo Bruno Silva. Se não for hoje será num dos proximos dias.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A RAMONESMANIA DOS NOSSOS DIAS


Acabei de ler uma nota no mínimo interessante para quem se interessa pelo fenómeno musico-social. A nota está assinada por Mickey Leigh. Mickey é o irmão mais novo de Joey Ramone, o vocalista já falecido da mais popular banda de punk-rock do mundo, os RAMONES (Aqueles que, por estes dias, se veem em T-shirts por todo o mundo).
Mickey Leight diz-nos que há um ano prometeu pegar em material inédito do irmão e acabar assim, a título póstumo, o 2º álbum a solo de Joey Ramone. Conseguiu-o fazer e o álbum de nome “…Ya Know?” foi lançado no mercado no dia de aniversário do Joey. A parte interessante vem depois: O trabalho de Mickey custou-lhe 250 mil dólares mas até hoje o álbum só vendeu 15 mil cópias. Para MIckey conseguir cobrir a despesa que teve com o álbum, precisa que se vendam mais 70 mil cópias, o que ele próprio considera altamente improvável. Na mesma nota, Mickey mostra-se satisfeito pelo trabalho conseguido e diz mesmo que o que o moveu nunca foi o dinheiro.
A parte interessante é que esta nota vem confirmar o que um dia escrevi por aqui sobre a “RAMONES MANIA” dos nossos tempos: RAMONES  nas T-shirts, Rihana nos I-Pods.





A NOTA ORIGINAL:

"one year ago I made a promise here to make a second Joey Ramone solo album available to his fans and the world. Thankfully I was able to fulfill it. "...ya know?"was released on Joey's birthday. I LOVE it, and it appears the overwhelming majority of you do as well. Some would have you believe I put it out purely to profit from. I'd like to clarify that before I go on my way. The album cost me $250,000 to make.The sales of "...ya know?" to date are a mere 15,000 units (you can check soundscan). At this point I'm down $150,000. Unless it sells another 70,000 (which looks unlikely), I'll never make back what it cost me to produce it, much less profit from it. You can believe me or not, but for me this album was never about profiting from it. I just wanted to get those songs finished right, and let them be heard. Big thanks to those who've supported me in this effort. It was well worth it. It's been great bringing you all the exciting news this past year has been filled with, + the videos related to the album. I've enjoyed sharing family photos with you, and posting YOUR artwork...lots of things. The label that distributes it here still needs to get it distributed in South America, and several other countries -but my work is done, and I'll leave this page in the hands of the other administrators, and YOU. I'll leave you with a photo of my brother and friends, as they leave the place it all began. Be well -- Mickey Leigh."



domingo, 30 de dezembro de 2012

OS DIAS DA RÁDIO

Tenho saudades da rádio de antigamente em que os locutores e as locutoras tratavam os ouvintes com respeito, falavam português correcto com a entoação própria de quem tinha talento para ser uma voz da rádio e não tinham a mania que eram engraçados. Tenho saudades de ouvir programas de autor, que diferenciassem os estilos e se preocupassem em dar a conhecer o que eles consideravam boa música. Eram na realidade eles que tinham o trabalho da pesquisa, e da divulgação. Radialista era então um trabalho muito mais exaustivo do que o radialista dos dias de hoje, mas muito mais aprazível concerteza. Tenho saudades de poder optar pela estação de rádio conforme o meu estado de espírito em vez de ter de levar com as mesmas playlist seja qual a frequência. Se o vídeo matou as estrelas da rádio, a ditadura do capital matou o resto. Efeitos da globalização sem fronteiras e descontrolada...
 
 

sábado, 8 de dezembro de 2012

PEQUENOS CONTOS SOBRE PEQUENAS COISAS

 
A NOITE E OS BLUES
 
Jaime convidou-a para um café em sua casa. Preparou o ambiente sem descurar um único pormenor: a arrumação, limpeza, posição dos quadros, cor das carpetes, aroma das velas, uma música agradável e a média-luz a condizer. Serviu o café, o melhor lote que conseguiu encontrar, acompanhado de pequenos chocolates. No meio de uma agradável conversa, levou-a a sentar-se no sofá com um bom filme como pretexto. Envolveu-a nos seus braços, afastou-lhe os seus fantasmas. Ela deixou-se ir. Escorregou nos braços dele, sentiu o calor do seu peito e o bater do seu coração. Procurou os lábios dele e fizeram amor. Conversaram, riram e no fim Jaime pegou na guitarra , olhou-a nos olhos e tocou os blues para ela ao que ela respondeu: - "Afinal sempre serves para alguma coisa"...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

MANIFESTAÇOES, VIOLENCIA E REPORTES ACAGAÇADOS

A VIOLENCIA NÃO NOS LEVA A LADO NENHUM" -Esta era a frase mais proferida na tv na tarde/noite de ontem. Desde as super-apavoravas repórters/jornalistas/pivots/o-que-lhe-quiserem-chamar da tvi, sic ou rtp presentes no local, até à opinião dos comentadores/paineleiros/analistas/o-que-lhes-quiserem-chamar da tvi, sic ou rtp presentes nos estúdios, passando por...
opiniões de vários anónimos entrevistados, a frase clichet era repetida até à exaustão: "A violencia não nos leva a lado nenhum" Tudo muito bem, tudo em sintonia. Só não disseram o que é então que nos leva a algum lado melhor do que estamos... E isso é que era realmente importante saber... É que me perdoe a comunidade/sociedade/o-que-lhe-quiserem-chamar em geral mas pelo que se viu até agora... o pacifismo também não.


Outra coisa que me fazia confusão era ler em artigos estatísticos que Portugal é o país da europa com mais polícias por habitante. Nunca me acreditei muito nisso, sempre achei um erro de dados fornecidos às empresas de estatísticas... até ontem. Ver o aparato polícial nas escadas da A.R. fez-me crer que as estatísticas estão certamente corretas, mesmo que a "segurança" esteja na sua esmagadora maioria a servir a proteção dos ladrões.

RETRATOS DE LADROES, OPORTUNISTAS, VIGARISTAS E SEUS AMIGOS EM ATUALIZAÇÃO PERMANENTE



Eduardo Catroga
 Parece que toda a gente tem uma resposta quando perguntamos o que está a correr mal em Portugal. Acabei de ouvir na radio um expert qualquer dizer que o problema era a excessiva juventude dos políticos e a sua falta de experiencia. A conclusão em forma de pergunta de reflexão ficou no ar: " Será que faltam cabelos brancos a este governo?" A olhar para esta foto a resposta parece-me bastante obvia: Não!!! Destes cabelos brancos estamos nós fartos até ás pontas dos nossos!





Pedro Machete
 -MAIS UMA VEZ... CALHOU!- A origem do homem não é por sí só curriculum, mas para um país que proclama a transparencia, ver o filho de um dos fundadores do partido que está no poder completar o Colectivo de Juízes do Tribunal Constitucional, não é lá grande indício. A promíscuidade entre política e justiça está assim assegurada e a falta de vergonha também. Claro que quem manda não diz isso, foi apenas uma coincidencia. Ou seja, mais uma vez, e como diria o meu grande amigo Rique... CALHOU!"









Paulo Portas

Se há mérito que atribuo a este Paulo Portas é no seu método oratório. Falando português: O cabrão sabe falar. Escolhe cuidadosamente as palavras, nunca se põe a jeito como o seu parceiro do governo faz aniude. No meio de tantas palavras proferidas a um ritmo lento, lá foi dizendo que não concorda com a mexida da TSU mas não se opõe por patriotismo. Veio portanto fazer o jogo do polícia bom/polícia mau, onde ele será obviamente o polícia bom. Com um ar consternado falou nas PPP e subtilmente abriu a porta aos despedimentos nas empresas públicas, foi tão subtil que ninguém parece ter dado por ela. Falou com pena dos pobres e na defesa da classe média. Falou da dependencia dos credores. Falou bem o tempo todo a questão é esta: Ó PAULINHO, MAS PENSAS QUE ENGANAS ALGUEM??? A GENTE JÁ TE CONHECE DE GINGEIRA, SEU OPORTUNISTA DE MERDA!!! Já que falas da necessidade urgente de reduzir a despesa publica e aumentar a receita,porque não explicas o negócio dos submarinos? E já agora porque não os vendes? Sempre dava para reaver parte do dinheiro... Porque não falas dos aumentos dos ordenados e subsidios dos deputados e grandes gestores públicos? E da passividade do governo na escalada dos preços dos combustíveis?? Diz lá o que pensas ou fizeste contra isso! Enquanto não o fizeres, e por mais bonitas palavras que saírem dessa boca, continuarás a ser Paulo, o chulo da nação.



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Dias Loureiro

Tem um processo em curso de investigação, negou afirmações feitas pelo seu antigo chefe Cavaco, esteve muito ligado ao PSD, sabe fazer umas cantiguinhas, também sabe jogar golfe e desde há uns meses nunca mais se ouviu falar dele. Dias Loureiro vive actualmente à grande em Cabo Verde.
É dono do maior resort turístico da ilha do Sal, aquela ilha daquele país africano onde o BPN criou umas sucursais e um banco mais ou menos virtual, com que se faziam umas operações de lavagem e fugas ao fisco, etc. Como vêem, é fácil fazer esquecer um roubo superior a mais de 4 mil milhões de euros quando se tem amigos por todo o lado...



AS CAMPANHAS E O RACISMO




Quantas vezes dei por mim a ver uma campanha contra o racismo e a pensar: "Mais valia terem ficado quietos". Na minha opinião, a maior parte das campanhãs são... racistas! Ver um jogador de futebol branco, por exemplo, a abraçar um negro com uma legenda do tipo : Não ao racismo, faz-me espécie. A protecção às minorias étnicas são por si só um ato de racismo. Um negro agride um branco é delinquenci...
a, um branco agride um negro é racismo. Afinal quem separa as atitudes e as intenções pelas diferenças raciais? Atuar contra o racismo, é isso mesmo, tratar toda a gente por igual, mas por igual mesmo. Responsabilizar, confiar, partir dos mesmos pressupostos para toda a gente. Este grande ator fala de uma forma muito realista e sóbria, de uma forma que muitas vezes nem parece politicamente correcto, mas na minha opinião nada mais acertado. Querem lutar contra o racismo?- Se calhar parar de falar sobre isso era uma boa ideia. Brilhante!!!

sábado, 29 de setembro de 2012

O DESPREZO


Já alguma vez o demonstraram a alguém? Quem é que ainda não provou o seu amargo sabor? Ou quem nunca o deu a provar a alguém? Arriscaria a dizer que não existe ninguém no mundo que nunca tenha lidado com ele. Entre todos, o desprezo é o comportamento menos nobre, o mais variável, e pode ser o mais corrosivo. E porquê? Penso que por ser o mais fácil de se pôr em prática.  É tão fácil, que para demonstrar desprezo por alguém basta… fazer nada! Tão simples quanto isso. Podemos desprezar e ser desprezados por determinação, força ou simples covardia. Daí ser tão difícil lidar com o desprezo. Imaginem uma arma de destruição maciça tão estupidamente fácil de ser fabricada que qualquer país tivesse a capacidade de a produzir no tempo e na quantidade que quisesse sem qualquer dificuldade. Seria tão banalizada que a utilizariam por dá cá aquela palha. A vida na Terra certamente ainda existiria? Creio que não.
Na prática, o desprezo pode assumir diversas formas. É possível desprezar e/ou dar ao desprezo, sendo que a diferença está no facto em que na primeira forma, o sentimento é genuíno ao contrário da segunda em que não sentindo desprezo, apenas te comportas voluntariamente de uma forma consciente e incrivelmente cruel. É pior quando se trata de amigos… Há aquele que por qualquer razão não gostou de qualquer coisa a partir daí esforça-se por te mostrar desprezo. Notam-se requintes de prazer na forma como faz questão de demonstrar que estás a ser descartado, que não interessas mais como amigo. Há outro tipo, o desprezo por covardia. É um comportamento próprio de pessoas… covardes. Quando alguém próximo não tem coragem de te enfrentar, de te dizer o que não está a gostar em ti, ou apenas de assumir algo que sabe que tu não vais gostar, e qual é a melhor forma de lidar com isso? Dar ao desprezo. Evita o diálogo e assim naquela mente covarde, evita o problema. Descarta portanto uma amizade apenas por falta de coragem. Não raras vezes, uma vez ultrapassada a situação, é capaz de te voltar a procurar e comportar-se como se nada fosse. Típico…
No que me toca pessoalmente, admito que não consigo lidar bem com o desprezo. De entre todos os diferentes tipos, alguns são particularmente dolorosos: Quando de repente, um amigo, ostensivamente e de uma forma repentina deixa de nos falar, ou passa a comportar-se de uma forma austera, distante, altiva. Por vezes nem sabemos o que fizemos para o merecer, e também não raras vezes passamos o resto da vida sem uma explicação para a tal mudança de comportamento. Vindo de alguém próximo, que supostamente seria meu amigo é tão corrosivo que acaba por corroer o mais forte sentimento de amizade. Não há volta a dar. É que há dois grandes problemas que se levantam nesses momentos: O primeiro é que dificilmente se chega à razão quando entre duas pessoas, pelo menos uma dá o desprezo à outra. É como um muro de betão tão forte que pura e simplesmente não se consegue atravessar. E dói? Se dói... Especialmente se nunca houve uma conversa franca sobre isso (supostamente estaríamos a falar de uma amizade, que diabo!); O segundo é que só há uma forma simples de o combater: Com desprezo.


domingo, 23 de setembro de 2012

TEORIAS


Como já faz algum tempo que nada publico, regresso com uma citação do maior humorista de todos os tempos: Charlie Chaplin" 

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, livrarmo-nos logo disso.

Daí iriamos viver para um asilo, até ser expulso de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Trabalhavamos 40 anos até ficarmos novos o suficiente pra poder aproveitar a reforma. Na reforma teriamos tempo para curtir tudo, beber bastante álcool, fazer festas e prepararmo-nos para a faculdade.

A etapa seguinte passaria pelo colégio, ter várias namoradas, transformavamo-nos em crianças, sem responsabilidade alguma, tornar-nos um bebezinho de colo, voltar pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando numa vida de luxo com aquecimento central e massagens e serviço de quartos. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?


sábado, 10 de março de 2012

UM SORRISO DO ACASO


Estranhamente, um impulso fez-me deixar os meus amigos para trás e como guiado pelo acaso, virei costas ao palco principal do festival em pleno orgasmo colectivo sonoro provocado pelos Prodigy e caminhei sozinho, contra a corrente humana em direcção à tenda alternativa. Dispersas pela sala improvisada, sentadas no chão em pequenos grupos de 4, 5 ou 6 amigos, não eram muitas as pessoas que lá dentro se encontravam. Algumas preferiam marcar posição junto ás grades que separavam o pedestral dos artistas e zona do público. Foi aí  que me coloquei, olhando á minha volta e sentindo o ambiente. Bem diferente da histeria colectiva que me rodeava momentos antes. No palco os roadies preparavam o show que se seguiria. Porque nem tudo tem uma explicação, ainda hoje não sei explicar as boas vibrações que por lá pairavam. Ao meu lado dei conta duma bela morena. Tudo na sua imagem traduzia simplicidade, a mesma simplicidade que dá sentido à vida. Cabelo pouco comprido, preso atrás das orelhas, T-shirt cinzenta, de camera na mão disparava flashes em direção ao palco, captando os movimentos de quem acabava de montar a bateria ou testava o som dos monitores. Inevitavelmente acabamos por cruzar os olhares de uma forma natural, e vi então um dos mais belos sorrisos de que tenho memória.
  A mais de meia-hora de espera revelou-se curta. Sentia uma paz tão intensa quanto improvável num festival de verão com tanto calor, poeira no ar, filas intermináveis para comprar sandes, ou chegar até uma cerveja e o cansaço inerente a uma viagem de carro e mais de 10 horas em pé consecutivas. Do espectáculo lembro-me de 2 músicos que encheram o palco, a sala e a minha alma. A morena do sorriso bonito continuava ao meu lado numa estranha empatia em que o silêncio se tornava cumplice. Como o silêncio pode ser tão rico? Não explico, são coisas q se sentem...

  Nao conhecia bem a banda, apenas uma malha em que uma voz feminina irada repetia "That's Not My Name". Não fazia o meu estilo mas fiquei deliciado. A energia em palco contrastava com a minha tranquilidade interior. A vocalista do duo exprimia-se como se fosse o último concerto da sua vida, um concerto que a mim me soube a muito pouco. Por minha vontade teria lá ficado o resto da noite a sentir toda aquela envolvência. No fim do espectáculo, após aplausos e encores, já a maioria do público presente dispersava da tenda, troquei umas palavras sobre o concerto com a morena do belo sorriso antes de nos apresentarmos, trocarmos endereços de e-mail, com um pedido da minha parte e a promessa (cumprida) da parte dela do envio de algumas fotos do concerto e despedirmos para provavelmente nunca mais nos tornarmos a encontrar fisicamente. São situações típicas de festivais de verão e o que os torna tão especiais, o contato carregado de boas vibrações com gente desconhecida.
 Muito provavelmente não tomei consciência naquela altura mas algo que acontecia marcava profundamente e para sempre a minha vivência. Ainda hoje não sei por que motivo deixei os meus amigos e rumei sozinho para aquela tenda mas há momentos que nunca mais esquecerei e esse será um deles. Nessa noite o concerto de Ting Tings foi do mais simples e genuíno bem-estar que já experimentei, e pelo seu significado, aquele sorriso em tão belo rosto irá ficar para sempre gravado na minha memória... E por isso dou graças ao acaso.

sexta-feira, 2 de março de 2012

OLD GUN: OS ÚLTIMOS DIAS


OLD GUN - O FIM


 



4 de dezembro de 2011, 3:00, Kastrus River Klub - Esposende...

Estavamos em pleno palco. Tinhamos sido convidados para lá actuar na qualidade de vencedores do Rockastrus 2011. O som tava bom, mas a hora tardia a que começou o espectáculo fez muita gente dispersar. O ambiente estava algo esquesito. Sentia que havia algo que não estava bem. Uma sensação estranha... Findo o espectáculo viemos para casa. 3 dias depois recebo uma sms do Bad Bones com apenas 2 frases: "Vou sair da banda. Depois falamos". Foi o início visivel do fim de Old Gun.

Já há algum tempo que não sentia a alegria de tocar como era suposto sentir apesar das coisas aparentemente estarem a rolar cada vez melhor... estranho... ou talvez não. Marcamos uma reunião em casa do Capitão. O Bad Bones foi o primeiro a falar. Falou-nos do orgulho e do prazer que sempre teve em ser um Old Gun. No fim lá acabou por dizer que a sua vida pessoal falou mais alto e se tornou por isso incompatível continuar. Seguiu-se o Pepper Boy que apanhou o embalo do Bones para anunciar a sua intenção de sair, algo que já não foi tão surpresa para ninguém como poderia parecer. Nesse momento, o fim de Old Gun ficou definitivamente decidido. Ainda houve tempo nessa noite para uma sugestão do Zen: Fazer um último concerto de despedida. A ideia foi aceite por todos e ficamos então de tratar disso. Pés ao caminho e fui ao Mercedes, o local onde provavelmente nos sentimos mais em casa. O dono deste histórico bar da ribeira, o incontornável Zequinha ficou muito receptivo e após conferir datas agendamos para 11 de fevereiro de 2012. Quase um mês sem contacto com a música, foi apenas a meio de janeiro que iniciamos a preparação do concerto. Divulgação, trabalho, trabalho e mais divulgação. A notícia espalhou-se como um incêndio num palheiro. A promessa de muita afluência fez espevitar o esforço para terminar a gravação do nosso album em stand by há muito muito tempo. A semana que antecedeu o concerto foi de loucos, num contra-relógio inacreditável. Nessa altura já contavamos com uma ajuda quase caída do céu. Há coincidências felizes e esta foi uma delas. Um velho conhecido (eu pessoalmente conheço-o desde que me conheço a mim), apareceu no Rendez Vous a tempo de assistir pela primeira vez a um concerto de Old Gun. Foi o nosso último concerto no Porto antes de decidirmos o fim da banda. Foi mesmo a tempo. Desde então permaneceu como figura sempre presente. Estamos a falar de alguém que também é músico há cerca de 20 anos, provavelmente mais músico que nós todos juntos. Um dos melhores baixistas que conheço. Pertenceu aos Melancholic Youth of Jesus, quando eles eram realmente Melancholic Youth of Jesus, e ainda Poker Alho, uma banda de referência do Heavy Metal português dos anos 90. Apesar de todo o protagonismo que já teve e continuará a ter concerteza, teve um comportamento simplesmente inacreditável: Foi fotógrafo, designer, empregado de armazém, motorista e até groupie sempre com uma simplicidade, alegria e disponibilidade sem igual. Podemos dizer que sem ele, nem álbum, nem sequer condições para dar um último concerto digno do nosso nome teríamos. A noite que antecedeu o concerto passamos a reproduzir cds, dobrar e cortar capas até ás 5 e meia da manhã. Nunca irei esquecer tamanho sacrifício e companheirismo por  parte de quem lá esteve.






 



11 de fevereiro de 2012, 23:45-  Mercedes (Porto)




Entramos num Mercedes completamente apinhado de público. Tudo ou quase tudo para ver Old Gun. Amigos, conhecidos, admiradores, fans (porque não dizê-lo) compunham um bar que foi minúsculo para tanta alma. Na banca á entrada do bar, a capa predominantemente branca do álbum, de seu nome "Lead Me Where Rock Is Rolling" sobressaía no contraste com a pouca luz do ambiente nocturno. Passava uma música dos Chicago, banda liderada por Peter Cetera. Era o código para subirmos para o palco. Não foi fácil conseguir lá chegar por entre tanta gente. Abraços, palmadinhas nas costas, beijos, cumprimentos... O calor humano era indescritível. Subimos finalmente e abrimos com a super poderosa Nasty Babylon. Playboy Blues (um tema que apenas tocamos 2 vezes antes), apresentamo-nos de seguida com Lords From Nowhere, Meet The Gasoline Man. O público não arredou pé.Tempo então para uma homenagem ao nosso antigo vocalista Tiago Valente, que voltou a partilhar um palco connosco para interpretar a velhinha Friday 13. Seguiu-se uma experiência nova para o Capitão que lá cumpriu o seu sonho de tocar guitarra num concerto com a Hot Song. mais uma série de 5 temas sempre a abrir, a dedicatória de toda uma carreira ao nosso público sempre fantástico com a Running In My Time e um semi-fecho mais doce do que o habitual com a Into de Madness antes da emblemática Missed Bliss ter encerrado mais 3 fantásticos anos de palco. Ainda e a pedido de muita gente fomos "obrigados" a interpretar a nossa versão de sempre: I Ran para encerrar de vez com o, arrisco em dizer, mais belo capítulo das nossas vidas em termos musicais. Foi por tudo isto uma despedida digna e grandiosa, como eu nunca imaginei quando iniciamos este percurso em 2008. O resto da noite passou-se num agradável e emocionado convívio com tanta gente, tantos e tantos amigos que não quiseram perder a oportunidade de nos rever uma última vez todos juntos num palco. Provavelmente mesmo o último momento em que isso aconteceu. Igual cenário, estou em crer sinceramente, nunca mais se irá repetir.







quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A PARTIDA



É com grande tristeza que vejo a partida de bons amigos para outras paragens. O país e os sucessivos energúmes que o têm dirigido, os pseudo-empresários sem escrúpulos, a mentalidade do lucro como único objectivo de vida de quem mais tem, a ganância de quem é pobre de espírito... Todos esses a isso os obrigam. Toda essa corja é que deveria sair daqui corrida ao pontapé. Na maioria, são pessoas que se tivessem de prestar contas à justiça como qualquer comum cidadão tem que o fazer à luz da lei que nos rege, estariam presas. É disso que se trata este mundo em que a globalização e o Capitalismo estão a transformar cada vez mais numa comunidade Dono/Escravo. Com a partida iminente de alguns desses amigos de quem falava no início, e a saudade de quem já partiu há muito em busca de uma vida digna, tenho vivido dias tristes. Por hoje, a minha tristeza é canalizada para uma palavra de amizade a quem parte agora obrigado a trocar o nosso convívio pela esperança num futuro que por cá não se vislumbra. A todos esses verdadeiros amigos o meu muito obrigado por tudo, toda a sorte do mundo e que regressem um dia (embora saiba que isso seja muito difícil) quanto mais cedo melhor, com todo o sucesso que almejam. 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

AOS AMIGOS

 Não é do meu hábito publicar algo que não tenha sido escrito por mim. Nem pensado sequer, mas há sempre uma excepção. Há pouco tempo, em conversa com uma amiga num chat, lembrei-me deste mail que um dia me foi enviado por um outro amigo e que guardei religiosamente pelo que provocou em mim no dia em que o li. Hoje partilho com quem o quiser ler com o mesmo sentido de amizade de quem um dia o partilhou comigo. Se já leram este texto, é sempre bom relembrar. Se é a primeira vez, é sempre bom conhecer. Amigos... fiquem com Fernando Pessoa:


 

"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos fins-de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje já não tenho tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:  "Quem são aquelas pessoas?" Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

                                       
      
 "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" - Fernando Pessoa





 

AOS AMIGOS:

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

NOVAS OPORTUNIDADES



 Não sei o que vocês pensam acerca de tudo o que envolve as tão polémicas Novas Oportunidades. Quando li sobre os contornos desta formação pensei o que provavelmente a maior parte dos portugueses pensou: "Olha que treta!!! Este Sócrates, põe as pessoas a fazer uns desenhos e tal... e passadas umas semanas têm a escolaridade complementar! Só interessam mesmo as estatísticas". Pois bem, um dia chegou até mim a possibilidade de acabar também eu o 12º. Na altura deixei Físico-Química para trás e pensei: "Que diabo, se as regras são estas, tenho que me adaptar a elas. Não posso faltar, mas aparte disso n deve ser difícil. 150 horas de seca e lá fico eu a saber o equivalente a formulas químicas, Tabela Periódica, etc." E foi com este espírito que iniciei a 1ª formação: Argumentação e Assertividade. E passamos as primeiras 2 horas à espera de ver esclarecidas as muitas dúvidas acerca de tudo que rodeia a burocracia do ensino de hoje em dia. Não conhecia absolutamente ninguém o que me reforçou a ideia: "Isto  vai ser penoso". Foi uma formação muito virada para questões práticas, com muitas dinâmicas tão embaraçosas quanto divertidas. A meio da formação já estava de tal forma inserido que já me sentia animado só por saber que ia ter aulas naquele dia. A turma revelou-se fantástica e a formadora (Susana), uma pessoa absolutamente encantadora, daquelas que vale a pena conhecer seja em que altura for da nossa vida. Entretanto, como tudo tem um fim, lá chegou a 50ª hora e o fim da dita formação. Nem deu para sentir saudades já que iniciou uma 2ª na semana seguinte. A nossa querida formadora Susana não iria estar connosco mas a turma manteve-se e foi acrescentada por mais outros tantos formandos. Desta vez foi a vez da Dina nos sensibilizar durante 50 horas para o Meio-ambiente e Sustentabilidade do planeta. Como já não precisamos de adaptação, tudo foi mais simples. Criamos um blog e fizemos inúmeros trabalhos que apesar de não ter um grau de exigência muito elevado, foram bastante trabalhosos. No fim, agora sim, a separação de todos os colegas (à excepção do Bruno e da Tracy) com quem tinha partilhado já 100 horas de aprendizagem e que de alguma forma me marcaram. Mas nem deu tempo para descansar porque já havia Ética e Deontologia ali á porta. Três dias de intervalo e de novo estaca zero, desta vez para a minha última formação necessária á conclusão do 12º ano. Foram mais 50 horas com bastantes trabalhos, alguns deles de morosa execução, em que o novo formador Rui se entreteu, com bastante sucesso, a tirar alguns dogmas da nossa cabeça. No final, e de novo validado o módulo, o trabalho custou mas valeu a pena: 12º ano no bolso. Não sei se algum dia servirá de alguma coisa na progressão da carreira ou na obtenção de um novo emprego mas no que me diz respeito apenas á minha pessoa, posso garantir com toda a certeza que valeu muito a pena. Conheci muitas pessoas, cada qual com um percurso e história de vida diferentes, com as suas dificuldades, com as suas vivências, mentalidades... E que mais nos pode enriquecer senão este tipo de partilha? Pela minha parte estou eternamente grato a todos que fizeram parte do meu percurso nas tais Novas Oportunidades. Podem dizer que é injusto concluir o 12º ano desta forma. E até tem a sua razão quem assim pensa, mas por outro lado, será justo uma pessoa ser excluída de concursos para um emprego numa barbearia (por exemplo), apenas porque não saber a Tabela Periódica, mesmo tendo concluído todas as outras disciplinas? Foi mesmo disso que se tratou a maior descoberta ao fim de 150 horas de formações:  A Tolerância! Por mais razão que nos assista na nossa forma de pensar, haverá sempre outras formas de pensar igualmente válidas que desconhecemos porque simplesmente as desprezamos. E pasme-se: Muitas vezes são mais completas que todos os nossos dogmas acerca da matéria!






TRABALHOS


Na formação de MEIO-AMBIENTE e SUSTENTABILIDADE, o trabalho final foi criar uma campanha de sensibilização ambiental. O trabalho era em grupo e em grupo o fizemos. Calhou-me em sorte o Bruno, que se veio a revelar como pessoa e como colega de turma, absolutamente fantástico. Este foi o nosso trabalho que no fim acabou por emocionar, para grande orgulho nosso, parte do nosso grupo.





Quando o nosso formador de ÉTICA E DEONTOLOGIA nos mandou escolher um valor (respeito, tolerância, igualdade, generosidade, etc,etc,etc) a nosso gosto e fazer um trabalho sobre ele, nem pensei duas vezes: Escolhi para mim a Liberdade e aproveitei a ideia da formação anterior para um clip. Procurei uma música que transmitisse o pretendido, umas imagens a preceito e cá está o resultado. Espero que quem o veja, consiga retirar algo positivo, por mais pequenino que seja, do trabalho, nem que seja o breve prazer de ouvir a música.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

HARD CLUB vs TABERNA DOS BARBAROS


"... e o poder do sorriso contagia..." (S.P.B.)



HARD CLUB

Foi no passado dia 9 de Setembro e após 3 meses de espera que o tão ansiado ansiado dia chegou. E por incrível que pareça nem sequer chegou em boa altura. Dá que pensar, como é que com 3 meses de antecedência não houve a calma necessária para preparar  um bom espectáculo com a tranquilidade desejada. Pois bem, Agosto foi mês de férias para uns... e trabalho a dobrar para outros (com o consequente desgaste) por via de quem teve de férias nos seus trabalhos. Bad Bones foi o maior exemplo. Teve um mês absolutamente desgastante e chegou ao inicio de Setembro sem a condição física ideal para o trabalho que a sua técnica de bateria exige. Os ensaios foram na maioria das vezes a 4 e por vezes mesmo a 3 devido ás ausências de quem esteve de férias. O pânico só não se instalou entre nós devido à alguma experiência por nós já adquirida neste tipo de situações e à manifesta confiança que temos em nós próprios como banda. E chegada a hora não defraudamos (penso eu) quem de nós esperava algo de muito positivo. Foi o caso dos responsaveis pela Raising Legends e claro, de toda a gente que se deslocou à mítica sala de espectáculos para nos ver. Retomamos o velho hábito de abrir com um intro especialmente concebido para aquele dia em particular, para de seguida abrir as hostilidades na sala com a Gasolina de Meet the Gasoline Man. Como fomos a primeira banda da noite, a sala ainda não estava muito composta. Missed Bliss e Lords From Nowhere trataram de encher uma sala que a meu ver ainda estava a tentar entender o que lá se estava a passar. Friday 13, She Said, Into The Madness, Shoot entre outras ajudaram a criar um ambiente efervescente e em ritmo crescente. Muita gente a dançar ou junto ao palco mesmo ali á nossa beira, puxaram pelo nosso entusiasmo ainda mais. Dancing With My Deamons em versão alargada digna dos famosos Extended Plays em vinil, levou a sala ao rubro para depois fechar com uma novidade You Know What I Mean, um tema que estreamos ao vivo. No final, sorrisos de satisfação, muitos elogios de gente anónima e promessas de contactos futuros deram-nos o feed-back que todos desejavamos. Ah, e ninguém se lembrou das férias ou do cansaço físico de nenhum de nós, pelo menos durante aqueles 45 minutos.

vs
TABERNA DOS BARBAROS

Uma semana depois foi a vez de sermos acolhidos na Taberna dos Bárbaros, um bar em Vila Nova de Gaia a cerca de 5 minutos a pé do famoso Hard Club, pertença de um grande amigo de longa data a quem quisemos prestar a nossa homenagem por tudo em que já nos ajudou: Rui Barros. O contexto foi completamente diferente. Desta vez, seria um concerto descontraído, muito intimista e como a falta de disponibilidade voltou a imperar, fomos só 4 elementos devido à ausência do nosso baixista Marcos Zen. O local bastante pequeno sem camarins nem luzes, onde o palco foi  improvisado usando um simples tapete preto. A bateria foi montada à imagem de uma banda rockabilly, sem qualquer timbalão e apenas com o ride e hit-hat. Usamos amps do mais reduzido porte que encontramos, um som onde da distorção só existia um pequeno cheirinho. Desta vez não houve intros nem passagens. Muito mais diálogo e pausas entre as músicas do que o habitual, afinal estavamos entre amigos e num concerto só para eles. E lá fomos tocando o alinhamento a que nos propusemos até que já perto do fim, tivemos de improvisar alguns temas que não estariam nos nossos planos devido à exigência do público presente. Terminamos com uma versão de um hit dos anos 80 que fez toda a gente dançar e onde nos misturamos com todos os amigos lá presentes. Já não havia palco nem plateia, eramos todos num só e numa comemoração à amizade e à boa disposição. Pelo meio tempo houve para as participações do próprio Rui Barros no baixo na Missed Bliss e da Lu nas vozes da Friday 13. Já depois de nos termos despedido do referido tapete, voltaram a ligar-se os amps para a participação do Gustavo e do Tiago dos Shelby Blues Band. Juntamente com o ritmo imposto pelo Bad Bones deram a quem lá esteve um espectaculo de blues do melhor estilo, acabando com Pepperboy e Baby Face a seu lado numa quase Jam Session. No final, muitos sorrisos, muita boa disposição e um elevado sentido de amizade entre os presentes. Como é bom poder atuar num ambiente destes em que não há banda nem espectadores nem organização nem anfitrião: Apenas bons amigos!




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NESTA DATA QUERIDA....




Alguém se lembra do dia em que passou a ser grande? Acho que não. Diria mesmo que esse dia não existe. Mas descubri hoje que estava errado. Afinal esse dia existe, pelo menos num mundo paralelo e para alguém que admiro muito esse dia é hoje. Por isso cá vai a minha dedicatória acompanhada de um beijinho:





FELYZ ANYVERSÁRYO MRS Y




terça-feira, 16 de agosto de 2011

MAGYA COM Y, FEITIÇOS COM S e JACKPOTS DE B A ZI.




"Divagações sobre coisas que não interessam a ninguém" - (Mrs Y)







TEORIA SOBRE A MAGIA:  Já toda a gente ouviu falar ou em alguma altura da sua vida se interessou por magia. Tal como tudo, a magia tem várias caras conforme as necessidades: Magia Negra, Magia Branca, Feitiços, Encantamentos, etc... Todos nós conseguimos distinguir estas magias? Confesso que ficava confuso entre um Encantamento e um Feitiço mas tinha para mim que o Feitiço seria mais malévolo que um Encantamento, vá-se lá saber porquê. Em conversa com um amigo surgiu essa "discussão" entre tipos de mágicas. Podiamos ter falado sobre tanta coisa, mas nesse dia lá calhou divagarmos sobre o que move personagens como Merlin, Mandrake, Gandalf ou mais recentemente Harry Potter. Ao chegar a casa a curiosidade mantinha-se. Fui pesquisar. Não foi fácil encontrar o que procurava no meio de tantas receitas para o sucesso que mais pareciam autênticos livros de auto-ajuda. Por cruzamento da vária informação consultada, concluí que Feitiço é uma magia permanente. Só é quebrado com um feitiço ainda mais forte ou um contra-feitiço. Caso contrário fica assim pra sempre. Já o Encantamento é sempre temporário. Mais leve que o feitiço é supostamente mais simples de realizar, mais eficaz a curto prazo mas sempre sempre de curta duração. No nosso dia-a-dia dizemos muitas vezes: "Fiquei encantado com ela" ou então "ela enfeitiçou-me de uma maneira..." Encantado ou enfentiçado por alguém? Pois tenham cuidado, que é bem diferente...







 MAGIA OU MAGYA: Eram 9 da manhã de um qualquer dia de semana. Depois de quase 9 horas de trabalho nocturno ainda tinha uma hora de viagem para fazer com o sono a ameaçar a confusão que se instalava na minha cabeça há já vários dias. Dei por mim mergulhado em pensamentos e mais pensamentos que me punham num beco de ideias sem saída onde de um lado tinha o inevitável muro intransponível típico dos filmes passados nos subúrbios Nova Yorkinos, e do outro as sombras de vários fantasmas recentes. O que fazer? Não me parecia fácil sair dali. Quase como por magia abriu-se uma brecha no cimento. Era uma espécie de porta secreta. Uma porta tão irreal quanto improvável. Fiquei curioso e dei por mim a espreitar para o outro lado sem receios. Deixei-me levar, deixei que me levassem os pensamentos e eles foram sem resistência. Dei por mim a imaginar a forma de passar pelo intervalo dos fantasmas que tinham ficado no beco à minha espera. Sem perceber como, já estava do outro lado da porta secreta, qual Alice no país das Maravilhas. Estava agora num mundo diferente que definitivamente não era o meu. Um mundo irreal, feito de encantamentos onde teria de recorrer à poesia que não tenho para descrever o bem estar que me era proporcionado. Finalmente os meus pensamentos não tinham obstáculos. Em breves instantes todo o meu universo de torturas e dúvidas internas se desvaneceu. Era como ter descoberto a arca dos tesouros, o trilho que procurava, uma auto-estrada de ideias... neste caso a diferença está na letra Y. Num mundo onde cada vez mais somos obrigados a viver em alta rotação, encontrei uma porta para uma outra dimensão onde o tempo anda devagar, há tempo para respyrar, sentyr a brysa, a maresya com os encantamentos como companhya e onde a vyda pode ser realmente um local aprazývel... O único problema é que agora sabemos que todos os Encantamentos são temporários. Enquanto este durar, vou aproveitá-lo. Thank you Mrs Y!





 JACKPOT: De volta ao mundo real, dei por mim a pensar depois de ouvir o toque de uma sms a entrar no meu telemóvel: Quem será? O que quererá? O melhor seria mesmo naquele espaço de tempo entre o sair do banho e o acto de pegar no telemóvel para ler a tal sms, imaginar qual a melhor mensagem que poderia estar guardada para mim. Entre o surreal: PARABÉNS, GANHASTE O EURO-MILHÕES e o mero convite para sair, não consegui imaginar nada. Tal como a resposta à habitual pergunta da minha mãe: "Há alguma coisa em especial que queiras para o natal? - NÃO, NADA!!" Assustador??? Não, nada! Não vejo isso como falta de objectivos ou algum tipo de vazio na vida. Vejo pelos olhos de quem neste momento já tem quase tudo que quer. Claro que não tenho o prémio do Euro-milhões, mas tenho uma estabilidade necessária a todos os níveis. Um dia, em conversa com uma daquelas pessoas muito especiais disse-lhe que não trocava a amizade dela por um qualquer jackpot milionário. Para mim outra coisa não faria sentido e talvez por isso, fiquei surpreso com o ar de surpresa dela. Hoje a amizade está diferente. Talvez tenha sido um encantamento que tenha chegado ao fim, mas não quero pensar assim até porque não acredito nisso, mas continuo a pensar de forma inequívoca que não trocaria essa amizade pelo maior jackpot da história mesmo que tal fosse possível. Por outro prisma não há notas de 500 euros que me façam melhor companhia num jantar, café, numa tertúlia, filme ou saída que essa pessoa especial ou uma qualquer outra amiga de B. a ZI. São esses pequenos prazeres da vida que, tal como os feitiços, duram mais tempo e compõem a palavra FELICIDADE. E por falar nisso, será que Feitiço se pode escrever com a letra S?




"COMUNISTAS" AMERICANOS EM VIGO








É sempre um dia marcante aquele em que realizamos desejos. Ontem 
foi um dia desses. Já há muito tempo tinha perdido a esperança de ver os californianos BAD RELIGION ao vivo apesar de já cá terem vindo a Portugal há uns anos atrás ao Paredes de Coura. Ontem estiveram em Vigo e desta vez não perdi a oportunidade. Foi também uma oportunidade para um excelente convívio com bons amigos que o tempo o as vidas pessoais se encarregam de afastar, unidos pelo Punk-Rock. Cerveja, boa disposição e boa comida de tasco galego ajudaram à tarde e principio de noite.





É daqueles concertos que sem ter uma qualidade muito grande é vivido com intensidade pela paixão que temos pela banda. Por mim gostaria mais de um alinhamento à base do AGAINST THE GRAIN ou do GENERATOR, mas eles tinham outros planos. Ainda assim vê-los tocar Sinister Rouge, Social Suicide, Punk Rock Song, You ou Infected foi qualquer coisa. Conseguiram levar o recinto ao rubro com alguns temas mais fortes: 21st Century Digital Boy, Atomic Garden, Generator e claro American Jesus. Fecharam com a Sorrow um concerto que apesar de tudo soube a pouco. Ficou para o fim uma viagem de automóvel numa noite de nevoeiro cerrado e dois copos à chegada ao Porto para festejar o aniversário de outro grande amigo que por cá tinha ficado. É disto que a felicidade é feita.